segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Moradores da Vila Emater II reivindicam melhorias na creche


O espaço foi construído pelos moradores e atende 120 crianças até cinco anos de idade, mas funciona em tempo parcial


A comunidade da Vila Emater II existe há mais de 20 anos. Cresceu no entorno do antigo lixão de Maceió e mesmo após o fechamento, as 248 famílias continuam esquecidas pelo poder público e necessitam de várias melhorias quanto à moradia digna, saneamento básico e outros investimentos. A comunidade conquistou a doação do terreno pelo Governo do Estado, mas até hoje o desmembramento não foi registrado e a área vem sendo ocupada por grileiros, sem que o Estado e a Prefeitura tenham impedido até o momento.

A Creche Herbert José de Sousa é o único equipamento social na região e a principal conquista dos moradores. Foi construída através de vários mutirões iniciados em 2001 e liderados pela Associação dos Moradores da Vila Emater II (Asmov), contou com o apoio do Fórum Lixo e Cidadania, do Centro de Educação Ambiental São Bartolomeu (Ceasb) e do UNICEF.

A construção teve início diante da necessidade urgente de criar um lugar seguro enquanto os pais e responsáveis trabalhavam, a maioria no lixão, pois muitas delas frequentavam o local insalubre ou ficavam sozinhas em casa sujeitos a acidentes graves, inclusive, a morte de uma criança. Atualmente, a creche funciona em tempo parcial, atendendo 120 crianças de três a cinco anos oriundas das vilas Emater I e II, e as vagas são insuficientes.

Em 2008, o espaço da creche foi cedido pela ASMOV para a Secretaria Municipal de Educação (Semed) e o órgão ficou responsável pela sua manutenção e ampliação, o que não ocorreu. Agora, com os riscos na infraestrutura, a Prefeitura de Maceió quer transferir todas as crianças para uma nova unidade que funcionará a partir do segundo semestre na parte baixa do bairro de Jacarecica, porém, é preciso caminhar longos percursos com difícil acesso.

Nós não somos contra a existência de uma creche lá embaixo. As crianças da comunidade da Vila Emater I são muitas e também precisam ser atendidas. A gente lutou muito por essa creche. Homens e mulheres ajudaram a carregar água e construir o prédio, com apoio de parceiros. Não aceitarmos que nossas crianças sejam transferidas para bairros distantes para ter o direito à educação. A maioria das crianças que frequentam a creche são da nossa comunidade, o atendimento é em tempo parcial, obrigando muitas mães  a pagar ajudante para poderem trabalhar e muitas crianças continuam sem atendimento. Queremos que a nossa creche seja ampliada, dentro mesmo padrão do governo federal. A creche da nossa comunidade fica perto das nossas casas e do nosso local de trabalho", declarou Eliene da Silva, presidente da Cooperativa dos Catadores da Vila Emater (Coopvila).

Diante da ameaça de fechamento da atual creche, os moradores Vila Emater II fizeram um abaixo assinado reivindicando a permanência, reforma e ampliação da unidade; além da efetivação do ensino com atendimento em tempo integral. A ampliação da creche faz parte do projeto do Conjunto Habitacional da Vila Emater II, que será construído pelo Programa Minha Casa, Minha Vida na área doada pelo Governo do Estado.


Fonte: ASCOM-COOPVILA


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